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A Eletronuclear promove uma série de medidas estratégicas para aprimorar a gestão e fortalecer a sustentabilidade financeira da empresa. Entre os destaques estão a aprovação da revisão do organograma da companhia, a redução das despesas operacionais com Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros, além da cobrança de custos de manutenção das vilas residenciais e, ainda, adoção de plano de demissão voluntária. As iniciativas visam garantir melhorias no atual modelo de governança e viabilizar a continuidade da construção de Angra 3.
A nova estrutura organizacional da Eletronuclear entra em vigor a partir de 1º de abril de 2025, trazendo uma economia estimada de R$ 3 milhões anuais.
A reformulação traz a redução de níveis hierárquicos para otimizar a tomada de decisão; a eliminação de sobreposição de atividades e a redução de quatro superintendências e 36 gerências/assessorias.
A reestruturação foi mais presente nas áreas corporativas, mas também há alterações na operação e engenharia. As mudanças foram pensadas visando maior agilidade e melhorias de comunicação e nas entregas aos clientes internos.
O novo organograma se alinha ao estágio atual do projeto de Angra 3. O planejamento anterior previa a conclusão da usina em 2028, mas com as novas estimativas a entrada em operação está projetada para 2031. Desta maneira, o novo formato permite uma melhor utilização de mão-de-obra, realocando funcionários que estavam voltados aos serviços de operação e engenharia da unidade para as duas usinas em funcionamento.
O organograma revogado, que estava em vigor desde 2022, tinha mais de 116 cargos de chefia e com a nova estrutura passa a ter 73 cargos. Ou seja, 43 cargos de chefes serão extintos ou incorporados por outras áreas para otimização dos recursos.
O presidente da estatal Raul Lycurgo salientou que a reformulação organizacional permite um modelo mais enxuto e eficiente, alinhado às boas práticas do setor, sem comprometer a segurança e a qualidade dos serviços prestados.
Ainda de acordo com Lycurgo, a iniciativa não está relacionada diretamente ao desligamento de funcionários, mas sim à readequação da estrutura organizacional para torná-la mais compatível com as necessidades da companhia e a realidade atual do projeto Angra 3.
Desde 2021, os custos da Eletronuclear com PMSO estavam mais de 50% acima do valor concedido em tarifa pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Em 2022, o PMSO concedido pela Aneel era de R$1,1 bilhão, mas a empresa gastou R$1,6 bilhão. Ou seja, em 2022, R$500 milhões saíram do caixa da companhia sem cobertura tarifária. No ano seguinte, 2023, o PMSO concedido pela Aneel foi novamente de R$1,1 bilhão, mas a empresa gastou R$1,78 bilhão. Isto é, em 2023, aproximadamente R$700 milhões saíram do caixa da companhia sem cobertura tarifária.
Ainda em 2023, o orçamento para 2024 apontava para gastos na companhia com PMSO de R$2,4 bilhões, enquanto o PMSO da Aneel era de R$1,4 bilhão. Se isso se concretizasse, seria um déficit de R$1 bilhão.
Com medidas de racionalização, a empresa reduziu os gastos com PMSO em 2024 de R$2,4 bilhões para R$1,9 bilhão, ainda além do PMSO da Aneel de R$1,4 bilhão, mas invertendo a tendência.
A meta é atingir o equilíbrio até o final de 2026, alinhando os custos ao PMSO regulatório da Aneel com os custos de PMSO da empresa.
Entre as estratégias adotadas estão a revisão de contratos, otimização de processos, controle mais rigoroso de despesas com pessoal e redução do quadro de pessoal. Além disso, a empresa implementará a cobrança de uma taxa para custear serviços de manutenção das vilas residenciais destinadas aos funcionários em Angra dos Reis. A medida visa cobrir despesas como limpeza, água, luz, telefone e IPTU.
A elaboração do plano segue o estabelecido pela Lei 13.303/2016, que determina que empresas públicas elaborem anualmente um planejamento de cinco anos. No caso da Eletronuclear, esse processo é fundamental para projetar o futuro da geração de energia nuclear no Brasil, com metas de eficiência e expansão da capacidade produtiva.