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A Isa Energia Brasil possui um plano de investimentos que até 2029 prevê o aporte de R$ 14 bilhões até 2029. Desse montante são R$ 6,5 bilhões em investimentos em projetos como o Piraquê, ativo constituído por um lote arrematado em leilão de transmissão, e ainda há R$ 5 bilhões de reforços e melhorias já autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Com esses valores já comprometidos ao longo dos próximos anos e concessões com prazos de vigência até pelo menos depois de meados da próxima década, a companhia olha com bastante atenção para os próximos certames.
Segundo o CEO da transmissora, Rui Chammas, todos os leilões estão sendo avaliados, o de transmissão deste ano que será de menor porte, bem como há uma possibilidade do LRCAP dedicado a baterias. Mas ele praticamente descarta a disputa nos sistemas isolados, apesar da experiência da Isa Energia Brasil com o sistema instalado na cidade de Registro (SP), no certame está previsto entre as soluções que podem concorrer, a contratação de sistemas de armazenamento. Ele explica que o certame desses sistemas não possuem sinergia com a atuação da companhia no país.
“O leilão de transmissão estamos avaliando agora. Tem uma condição que é fundamental no nosso crescimento, ele vai estar sempre ancorado em fundamentos, deve agregar valor para o nosso portfólio, que hoje tem 35 concessões. Segundo, ele tem que ser feito com disciplina financeira, de forma que eu não tenho um endividamento que passe dos limites do adequado para continuar sendo a empresa que faz a captação de mercado a custos muito competitivos. E o terceiro é a nossa manutenção de prática de pagar dividendos equivalentes a 75% do lucro líquido regulatório”, explicou o executivo após visita a uma das frentes de construção do Projeto Piraquê, localizado em Janaúba (MG), arrematado em leilão realizado em junho de 2022 e cuja entrega deve ocorrer até 2026.
“A gente vai analisar e caso a gente tenha um projeto que seja rentável, que não pressione alavancagem, podemos entrar e participar do leilão”, acrescentou.
Rui Chammas, CEO da Isa Energia Brasil diz que a empresa avalia LRCAP de baterias e Leilão de Transmissão. (Foto: Divulgação/Isa Energia Brasil)
Em sua avaliação, a experiência adquirida pela empresa com o projeto na cidade de Registro, somado ao conhecimento em outras regiões, pode ser uma vantagem competitiva para quando ocorrer o LRCAP deste ano, cuja data ainda não é conhecida. Ele reforça que há na Colômbia, sede da controladora da companhia, uma série de pessoas que tem trabalhado nesse segmento para que possa ser aplicado em outros países da região. Mas ainda é cedo, pois, além da data, é necessário de diretrizes mais claras para a disputa.
Chammas lembra que o fato é que hoje a Isa Energia está tocando 3 megaprojetos ao mesmo tempo. Por isso, a companhia precisa avaliar os fundamentos que citou anteriormente para a tomada da decisão.
Segundo os dados mais recentes da transmissora, referentes ao terceiro trimestre de 2024, a dúvida líquida está em pouco mais de R$ 9,5 bilhões, um aumento de 20,6% na comparação com o final de 2023. Esse aumento é atribuído à captação de recursos a serem investidos nesse plano de expansão. A alavancagem está em 2,39 vezes, mas o executivo cita que esse índice pode chegar a 4x por um período transitório. Um nível que classifica como gerenciável.
Sobre o rumor de que a Isa da Colômbia estaria avaliando a fusão entre a Taesa e a Isa Energia Brasil, Chammas comentou apenas que a Isa tem participação na outra transmissora por ser sócia da Cemig, mas que o tema deve ser endereçado aos controladores. “Independente disso, a gente não comenta boatos ou rumores de mercado, esse é um tema que não pertence à Isa Energia Brasil”, pontuou. “Uma decisão vem de lá, não daqui do Brasil”.
Piraquê
O projeto em andamento no norte de Minas Gerais tem como objeto a interligação da região com o Leste do estado até o Espirito Santo. Foi arrematado no leilão 1 de 2022. Era composto pelo Lote 3 do certame. Nesse empreendimento estão contemplados a construção de oito linhas de transmissão (sete de 500 kV e uma de 345 kV), que totalizam 947 km de extensão nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além da construção de duas novas subestações (Janaúba 6 e Capelinha 3) e da ampliação de outras seis já existentes. A Isa Energia foi a vencedora com um deságio de cerca de 45% ante o valor máximo permitido ao oferecer RAP de R$ 285,7 milhões.
O investimento nesse projeto é estimado pela Aneel em cerca de R$ 3,7 bilhões. E de acordo com dados da transmissora, deverá ficar pronto em fases. Uma ainda em 2025 e o restante em 2026, conforme o acordado em contrato de concessão. A expectativa é de que esse projeto permita a expansão da capacidade do escoamento de 17,6 GW de energia renovável no norte de Minas Gerais, que é majoritariamente da fonte solar. São 11 canteiros de obras mobilizados atualmente.
Subestação Janaúba 6 em construção, ativo faz parte do Lote 3 do Leilão de Transmissão 1/2022. (Foto: Divulgação/Isa Energia Brasil)
Já em reforços e melhorias a capacidade é de executar obras que somam R$ 1 bilhão ao ano por conta, inclusive das dificuldades operacionais, é necessário desligar linhas ou subestações nesse processo. Chammas quantifica que, duas semanas atrás, a Isa Brasil estava com cerca de 70 obras simultâneas em andamento.
Além das obras de melhorias a companhia tem planos de energização de dois projetos greenfield. Um deles é o de Água Vermelha, na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. Mais à frente está o projeto subterrâneo Miguel Reale que trata de um investimento para reforçar a capacidade de fornecimento para a região leste da Grande São Paulo, passando por São Caetano do Sul. Além disso, há um trecho de Piraquê. Há ainda o FACTS que trata de uma iniciativa que ajudará a otimizar a transmissão de energia no estado de São Paulo, projeto que foi autorizado pela Aneel e que se refere a uma nova abordagem para atribuir mais equilíbrio no escoamento de energia ao utilizar eletrônica de potência. Esse projeto está em fase de cotação de equipamentos que serão utilizados na região de Ribeirão Preto. Nesse projeto a previsão é de aportes de R$ 75 milhões.
* O repórter viajou a convite da Isa Energia Brasil