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A Secretaria de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia vai avaliar com a Casa Civil a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis de determinar a manutenção do nível do reservatório de Belo Monte no trecho de vazão reduzida, até o fim do período de Defeso, em 15 de março. Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se for para justificar a piracema, período do ano em que os peixes nadam rio acima para desovar, às vezes é um custo que vale a pena pagar.

“Se for o período da piracema, a gente tem que avaliar. É 15 dias, é 20 dias? Agora, se for diminuir ou mudar o hidrograma (da usina), eu sou absolutamente contra mudar o hidrograma. Primeiro, que você quebra a companhia e quebra os acionistas que estão lá,” disse Silveira em entrevista nesta terça-feira (18/02). O hidrograma é uma representação gráfica da vazão de água que passa por um ponto de controle ao longo do tempo.

Pela manhã, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Sandoval Feitosa, disse que a decisão do Ibama é preocupante, porque vai provocar a perda de aproximadamente 2400 MW médios de energia que estava sendo gerada pela hidrelétrica para o atendimento à ponta do sistema.

Pelos cálculos de Feitosa, a eventual substituição dessa energia por geração térmica com custo de R$ 500,00 a R$1000/MWh pode gerar um custo adicional para o consumidor da ordem de R$1,2 bilhão a R$ 2,4 bi bilhões. Para o diretor, um dos impactos da decisão é a não observância do Hidrograma B da usina.

A medida, segundo órgão ambiental, tem como finalidade evitar o rebaixamento abrupto da vazão após esse período e impedir novos danos socioambientais. É na época da piracema que ocorre o Defeso, que é a paralisação temporária da pesca para a preservação das espécies. Nesse período do ano, o pescador profissional artesanal recebe do governo o pagamento do seguro-defeso, no valor de um salário-mínimo mensal.

Para o ministro, não tem coerência fechar Belo Monte, mas é preciso analisar a situação. Ele lembrou que a usina tem uma das energias mais baratas do sistema, na casa dos R$ 200/MWh. Belo Monte ficou quase 30 dias com geração reduzida por falta de transmissão, após a queda de uma torre da Xingu Transmissora de Energia – XRTE, responsável pela linha que escoa energia da hidrelétrica para a região Sudeste.

“Restabeleceu essa torre, naturalmente tem que restabelecer a produção de energia para todo o Brasil, por que qual é a energia que substitui a restrição que o Ibama quer impor?”, disse, lembrando o alto custo do acionamento de térmicas a óleo.