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O juiz da 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo, Leonardo Fernando do Santos, suspendeu por 60 dias as execuções de débitos da Gold Comercializadora e da Gold Energia Investimentos e Participações, para facilitar a negociação das empresas com seus credores, em procedimento de mediação já instaurado. O magistrado também concedeu pedido de tutela para evitar qualquer tentativa de declaração de vencimento antecipado dos contratos do grupo.
A Gold alega que conseguiu negociar bilateralmente a maioria dos 189 contratos que exigiam renegociação. Sobraram 20 ainda sem conclusão, mas com tratativas em andamento, totalizando uma dívida reconhecida de R$ 188,8 milhões com cerca de 20 clientes.
Um desses credores é a Casa dos Ventos, que entrou no último dia 18 com pedido de execução de título extrajudicial na 31ª Vara Cível, requerendo o arresto de bens da comercializadora. Segundo a empresa, o patrimônio atingido com a medida seria da ordem de R$ 48 milhões, o que tornaria inviável o procedimento de mediação.
A CPFL Comercialização também sinalizou a intenção de rescindir os contratos de compra e venda de energia celebrados com a Gold.
O CEO da Gold Energia fez um aporte de capital de R$15 milhões na companhia no ano passado, para aumentar o nível de segurança operacional. A empresa afirma que a intenção é resolver os problemas contratuais com o conjunto de credores, para evitar uma eventual recuperação judicial.
No pedido de medida cautelar, as empresas apontaram como uma das causas da crise financeira do grupo a forte elevação do Preço de Liquidação das Diferenças a partir de julho de 2024, em consequência das “drásticas condições climáticas” registradas ao longo ao ano. Até maio, o PLD estava no mínimo regulatório de R$ 61,07/MWh.
Em outubro, o preço chegou a R$ 480,00/MWh, alcançando, em alguns dias do mês, o teto de R$ 716,80/MWh. O aumento acumulado foi superior a 700%.
Elas também alegam inconsistências nos modelos computacionais utilizados para o cálculo do PLD, apontadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. “A insegurança quanto à confiabilidade desses modelos computacionais foi tamanha que levou à abertura de um grupo de trabalho (GT) para fixar a quantidade de interações em um dos modelos utilizados, a fim de reduzir a volatilidade dos resultados obtidos.”
A crise da Máxima Comercializadora no ano passado levantou rumores no mercado em relação à situação da Gold, levando os credores a procurarem as empresas para rescindir os contratos de compra e venda de energia, além de fazerem exigências de concessão de garantias e ameaças de suspensão de pagamento.