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Sem transmissão não há transição. Essa sentença já é bem conhecida do setor elétrico, pois os recursos não estão localizados nos centros de carga. Aqui no Brasil a maior parte da capacidade eólica e solar em grande escala, que não raramente respondem por quase 50% da carga instantânea em um dia de verão, estão no Nordeste. Esse avanço das renováveis tem levado à necessidade de uma rede mais eficiente e resiliente, características estas que deverão ser alcançadas com a modernização e otimização da infraestrutura, tanto a existente quanto a futura.

A consultoria PSR aborda o tema na mais recente edição do Energy Report. Na publicação, a empresa destaca que novas tecnologias começam a desempenhar um papel fundamental em diversas regiões do mundo para alcançar uma operação que atenda às necessidades. Conhecidas como  Grid-Enhancing Technologies (GETs) – Tecnologias de Melhoria da Rede, na tradução livre do inglês – há diversas abordagens que podem aprimorar a operação desses ativos.

“As GETs desempenham um papel fundamental para permitir uma operação mais segura, flexível e inteligente da infraestrutura existente, reduzindo gargalos e maximizando a utilização dos ativos. Ao incorporar essas tecnologias, é possível acelerar a transformação do setor elétrico, garantindo um equilíbrio entre recursos tradicionais, os renováveis, os distribuídos e as novas tecnologias dentro do planejamento energético”, aponta a PSR em sua publicação mensal.

Dentro do conceito, diz a consultoria, estão englobadas uma gama de ferramentas de hardware e software que possibilitam a reconfiguração da rede de transmissão e o ajuste de seus parâmetros. Isto permite mais flexibilidade, resiliência, otimizando os investimentos.

Para a consultoria, essas ferramentas podem ajudar no enfrentamento dos desafios que a transição energética impõe tanto à operação e ao planejamento da rede de transmissão. Na lista estão relacionados a questão locacional entre geração e a carga. Essa questão afeta o padrão de distribuição dos fluxos de energia em toda a rede, o que requer novos reforços para seu escoamento e leva à necessidade de mais capacidade da rede de transmissão, com aumento de períodos de ociosidade.  Um terceiro desafio é o descasamento temporal entre a expansão da geração ante a transmissão, o quarto desafio está relacionado ao clima com eventos extremos e a necessidade de atribuir mais resiliência à rede de transmissão.

AS GETs incluem sistemas de tipos já conhecidos por aqui como as linhas HVDC, outros que são novidade ainda como o FACTS, como aplicado pela Isa Energia Brasil e que está em testes no interior do estado de São Paulo. Passa por dispositivos de armazenamento de energia, dynamic line rating (DLR) – referente à variação ativa da capacidade térmica presumida das linhas de transmissão aéreas em resposta às condições ambientais e meteorológicas –  e cabos de alta tecnologia. A PSR explica que estes recursos podem ser usados isoladamente ou em conjunto para melhorar a eficiência da transmissão.

Na publicação, a PSR relaciona diversos exemplos de aplicação desses recursos mundo afora. Muitas dessas alternativas ajudam no planejamento que leva à economia de recursos e de investimentos para que a rede possa atender a expansão com um custo mais eficiente.

“Esses equipamentos sofisticados exigem um processo de planejamento de redes que adote metodologias e, consequentemente, programas igualmente sofisticados. O futuro do setor depende da integração eficiente das tecnologias emergentes, garantindo uma rede elétrica flexível, segura e sustentável para as próximas décadas”, sugere a PSR.

Em sua avaliação, além de maximizar a utilização dos ativos já disponíveis, essas ferramentas possibilitam um planejamento mais dinâmico, permitindo que as redes de transmissão se adaptem rapidamente à variabilidade da geração renovável e ao crescimento da demanda. E mais, afirma que o sucesso de projetos implementados na Europa, Estados Unidos e até mesmo na América Latina demonstra que a adoção de GETs pode trazer benefícios significativos. Entre eles estão desde a redução de perdas elétricas até a minimização de curtailment em sistemas com alta penetração de renováveis.

“No Brasil, iniciativas como os estudos sobre DLR e FACTS, conduzidos pela EPE, ONS e ANEEL, apontam para um avanço importante na regulamentação e incorporação dessas tecnologias no planejamento da transmissão”, finaliza a PSR.

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