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Buscando aumentar o leque de financiamento nos projetos de energia, a Finme quer levar o crowdfunding para o setor elétrico, em especial a fonte solar. Felipe Vergasta, CEO e fundador da Finme, quer captar esse ano R$ 10 milhões. Apesar da meta ousada, o cenário econômico e a expansão da fonte solar são fatores que devem balizar o cumprimento do objetivo.
A intenção de apostar no crowdfunding para o setor elétrico veio quando Vergara, que atuou em gestoras de investimentos, via bons projetos serem descartados por conta do valor geral de venda. Um VGV baixo deixava os projetos de fora do escopo de bancos, com taxas mais altas.
“Por conta disso, resolvi abrir a FinMe. O modelo que escolhi foi o de crowdfunding de investimentos. Permite trabalhar com projetos tanto de dívida quanto de equity”, relata.
A modalidade geralmente é associada ao aspecto social, com o de um autor que arregimenta financiadores para escrever um livro. Nessa categoria de investimentos, Vergara dá como exemplo uma empresa que almeja a construção de uma usina solar de 1 MW. A Finme analisa o projeto, faz diligência, análises financeira e jurídica e uma análise da própria empresa. Aprovada, segue a estruturação e é aberta uma oferta pública em plataforma.
A oferta pública precisa atingir um determinado montante, tendo sucesso apenas se atingir dois terços da meta. Caso ultrapasse, só pode ir até 25% além da meta. Em caso de insucesso, o dinheiro é devolvido. A plataforma da Finme é regulada pela CVM. O crowdfunding aparece como oportunidade para empresas já maduras e que podem acessar o mercado de capitais, mas não pelas vias tradicionais, que acabam por demandar uma estrutura que elas não possuem.
O diferencial apontado pelo CEO é que a Finme atua como intermediadora junto aos investidores. Muitas vezes, a empresa consegue centenas de novos investidores no seu contrato social e tem que prestar contas e dirimir todo o tipo de dúvidas. “Atuamos como esse intermediador e é um grande diferencial nosso. Fazemos esse meio de campo, entre os investidores e a empresa investida”, comenta.
Ele conta que o crowdfunding ainda é desconhecido das empresas, mas que quando é apresentado, há boa receptividade. Por outro lado, com investidor precisa ser educado no assunto. “A gente tem que fazer um trabalho bem feito de educar esse investidor, explicar que não é esquema de pirâmide e que não é fraude, que é um investimento regulado. Então, é bem desafiador”, aponta.
O executivo lembra que o crowdfunding vem crescendo como modalidade de financiamento nos últimos anos. Em 2023, foram R$ 180 milhões captados, enquanto em 2024, o valor chegou a R$ 1,5 bilhão. “Foi um crescimento vertiginoso, [o crowdfunding] está ganhando cada vez mais amplitude no mercado de capitais”. Inicialmente voltado para startups, hoje também pode distribuir títulos securitizados , CRIS, CRAS e debêntures.
Vergasta vê os setores de imóveis, agronegócio e energia como muito resilientes e estratégicos, colocando-os como foco da Finme. No setor elétrico, os pequenos integradores de usina solares, que muitas vezes precisam de R$ 300 mil a R$ 500 mil para construir uma usina e ter os recebíveis estão no alvo.
Para energia, o financiamento é para projetos com investimentos de até R$ 15 milhões e o foco são as usinas solares. A intensa expansão da fonte nos últimos anos motiva o interesse do diretor, que é baiano e viu de perto o crescimento no estado.
“Tem muita região boa, aquela parte do sertão tem muita dificuldade para o agronegócio, às vezes não é o ideal, mas para energia solar é fantástico”, observa.
Atuar em outras fontes está nos planos da Finme. CGHs, PCHs e até mesmo biomassa podem aparecer o futuro. A abrangência da empresa é nacional, o que amplia os limites de atuação.