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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciaram a abertura de consulta pública sobre o cenário da certificação de carbono no Brasil. As propostas da sociedade civil e entidades interessadas no tema podem ser enviadas até o dia 25 de abril deste ano. Mais informações estão disponíveis nessa página.
Desde 2005, duas certificadoras internacionais detêm 97% dos créditos de carbono no Brasil. Este cenário apresenta uma concentração do serviço em instituições estrangeiras, sem fins lucrativos, sendo assim pertinente discutir as oportunidades de diversificação para atender as especificidades dos projetos de mitigação climática brasileiros, que conta com biomas, características fundiárias e socioculturais diversas.
Segundo o BNDES, a expectativa de aumento no volume de certificações de créditos de carbono no Brasil demandará a ampliação da capacidade de serviço de entidades certificadoras, inclusive para aprimorar e acelerar o processo de certificação que, atualmente, pode ter custo elevado, além de ser longo.
A expectativa do MMA com a implementação é alavancar ações como a restauração da vegetação nativa em escala, entre outras. Para tanto, é fundamental ampliar e qualificar a capacidade técnica de aferição de boas metodologias de captura de carbono, que garantam a integridade ambiental do processo.
Para além da demanda já existente por créditos no mercado voluntário, com a aprovação da Lei 15.042/2024, que criou o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, as metodologias para a validação de Certificado de Redução ou Remoção Verificada de Emissões (CRVE) deverão ser credenciadas e ter o seu registro no âmbito do Sistema.
De acordo com a Lei, o certificador de projetos ou programas de crédito é a entidade detentora de metodologias de certificação e que verifica as suas aplicações, dispondo de critérios de monitoramento, relato e verificação para projetos ou programas de redução de emissões ou remoção de GEE. Espera-se que a Lei crie uma demanda interna de CRVEs, e a demanda externa, no mercado voluntário de créditos de carbono, também cresça, considerando, inclusive, o aprimoramento regulatório com maior segurança institucional.
A credibilidade da certificação é necessária para que os títulos sejam aceitos pelos compradores, principalmente no que concerne à integridade dos projetos. Além de evitar que a concentração do mercado gere desafios de não atendimento à demanda futura, que tende a crescer à medida que novos mercados regulados sejam criados e que o artigo 6.4 do Acordo de Paris comece a operar.