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A agência de classificação de risco Fitch Ratings entende que a aquisição da Companhia Energética do Jari e da Empresa de Energia Cachoeira Caldeirão será neutra para os ratings da Engie Brasil Energia, apesar de pressionar levemente a alavancagem financeira da companhia. Atualmente, a Fitch classifica a empresa com IDR (Issuer Default Rating – Rating de Inadimplência do Emissor) em Moeda Estrangeira ‘BB+’, IDR em Moeda Local ‘BBB-’ e Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’, todos com Perspectiva Estável.
A agência vê como positiva a extensão do prazo médio das concessões da Engie, já que Jari e Cachoeira Caldeirão, ativos antes da EDP e CTG Brasil, repõem 25% da energia assegurada de ativos cujas concessões vencem entre 2030 e 2032. O negócio foi efetivado no começo dessa semana, por R$ 2,9 bilhões, com assunção de dívida líquida de R$ 672 milhões.
Assumindo pagamento integral de R$ 2,3 bilhões em 2025, a relação dívida líquida/EBITDA da compradora subiria para 3,6 vezes este ano, frente às 3,2 vezes do cenário-base anterior da Fitch. Esse indicador está ligeiramente acima da sensibilidade de rebaixamento de 3,5 vezes, mas deve diminuir para a faixa de 3,0 vezes a 3,5 vezes em 2026.
A perspectiva é de que a transação aumentará a energia assegurada da Engie Brasil em 7%, para 5 GW médios, podendo elevar seu EBITDA em 6%, para R$ 6,9 bilhões no ano. A contribuição marginalmente maior da energia hidrelétrica (de 70% para 72% da energia assegurada) e dos contratos negociados no ambiente regulado (de 43% para 47% das vendas contratadas para 2025-2027) reduziria a exposição da empresa ao risco de curtailment, que têm sido maior para ativos de energia renovável intermitente.
A análise da Fitch também pondera que o impacto no preço médio e no nível de contratação do portfólio será marginalmente positivo. E que a Engie Brasil deve manter uma exposição relevante ao risco de preços baixos nos próximos anos, embora seja beneficiada pela recente elevação dos preços de curto prazo.