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A Scatec segue olhando com atenção para o Brasil como um dos seus quatro principais mercados globais. Apesar da abertura do mercado livre de energia não ser hoje o principal foco da companhia, a empresa avalia oportunidades estratégicas para ampliar sua atuação, especialmente por meio de plataformas de trading que ofereçam proteção para os seus ativos operacionais.
A companhia analisa novas oportunidades, com destaque para projetos eólicos, híbridos e o avanço em armazenamento com baterias. “Estamos estudando o mercado e analisando como essas estratégias podem se encaixar nos nossos negócios no Brasil. Nosso foco continua sendo geração renovável, mas temos interesse em entender e acompanhar as movimentações do mercado”, destacou Bruno Cazarotte, gerente de projetos da empresa.
Atualmente, a Scatec tem dois projetos em operação no país e um terceiro em fase inicial. Um dos destaques é o projeto Rio Urucuia, em Minas Gerais, que teve as obras iniciadas em janeiro de 2025 e deve entrar em operação entre o final deste ano e o início de 2026. O empreendimento contará com 142 MW de capacidade, com cerca de 70% da energia contratada pela Statkraft.
A Scatec, como citado anteriormente, demonstra interesse crescente em projetos híbridos, que combinam fontes renováveis e armazenamento. Segundo Aleksander Skaare, vice-presidente sênior de projetos para a América Latina e gerente geral no Brasil, a diversificação para eólicas surge como caminho natural, uma vez que o portfólio solar já está consolidado.
Leilão de reserva e baterias
A companhia também estuda a viabilidade de participar do leilão de reserva de capacidade, mas destaca que a decisão depende da clareza do marco regulatório. “Ainda não está claro como será a remuneração, nem as regras do jogo. Isso é essencial para tomar decisões estruturadas”, afirmou Skaare.
A empresa já possui experiência internacional em projetos híbridos, como uma usina solar com baterias nas Filipinas. A ideia é trazer essa expertise para o Brasil, desde que haja regulação clara e segurança jurídica.
“Estamos acompanhamos de perto os leilões de capacidade e os debates sobre baterias no Brasil. Ainda estamos atrás em relação a outros mercados, mas vemos grande potencial. A Scatec tem know-how e equipe local preparada para identificar oportunidades e tomar decisões alinhadas à realidade brasileira”, reforçou Skaare.
O executivo reafirma o compromisso da empresa com o Brasil, onde pretende seguir investindo em projetos que façam sentido técnico, regulatório e financeiro. Hoje a companhia possui em análise cerca de 800 MW em projetos renováveis, concentrados principalmente no Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia), além de Minas Gerais.
Guerra tarifária
A recente guerra tarifária entre China e Estados Unidos e o fim do sistema de cotas no Brasil, com a volta da alíquota de importação para módulos solares, também devem influenciar os custos futuros dos projetos. A empresa reconhece que esses fatores são preocupantes e devem ser acompanhados de perto, especialmente para projetos em desenvolvimento.
Hidrogênio
Apesar do interesse global em hidrogênio verde, a Scatec adota uma postura cautelosa em relação ao Brasil. A companhia acompanha o tema, mas destaca que o marco regulatório ainda não está definido e que existem desafios técnicos, logísticos e até políticos. “Sem regras claras sobre transmissão e acesso à infraestrutura, o desenvolvimento desses projetos será inviável”, avaliou Skaare.
Por ora, o foco da empresa permanece em um projeto em desenvolvimento no Egito. No Brasil, projetos estão sendo mapeados como parte do pipeline, mas ainda sem execução concreta.