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A Light Com, comercializadora do grupo Light, iniciou oficialmente suas operações em São Paulo. O escritório da companhia, localizado no Itaim Bibi, foi escolhido para deixar a empresa de forma estratégica perto de grandes clientes. Essa nova base será a responsável pelo atendimento ao atacado e a grandes geradores. Apesar disso, a comercializadora também mantém a estrutura original no Rio de Janeiro, mas com foco para os varejistas, alcançar 3 mil clientes e estar posicionada entre as 5 maiores do país.
“O relacionamento com os grandes players do mercado vai ficar aqui em São Paulo. Estamos construindo o relacionamento de longo e longuíssimo prazo com todos esses consumidores”, destaca Gabriela Rainer, superintendente de comercialização e novos produtos. E além dos consumidores, a subsidiária do tradicional grupo carioca quer também estar próxima de grandes gestoras.
Apesar dessa nova iniciativa, a executiva destaca que o foco da Light Com está justamente nesse público do novo mercado livre, com os clientes de média e alta tensão que passaram a ser elegíveis ao ACL a partir de janeiro de 2024. A empresa tem uma meta de chegar a 3 mil clientes e aposta na tecnologia para buscar rentabilizar esses clientes de tiquete médio menor do que os consumidores do atacado.
“Estamos construindo o relacionamento de longo e longuíssimo prazo com todos esses consumidores”, Gabriela Rainer, da Light Com
A comercializadora aproveita que a controladora possui geração de energia própria e de fontes renováveis e certificada para ganhar tração nesse mercado.
Atualmente, cerca de 60% da energia que a Light Com comercializa é do parque gerador do grupo. “Essa energia, preferencialmente, ela vai direto para os nossos consumidores finais, mas a gente, de uma forma oportunística também, a gente está sempre mapeando o mercado”, acrescenta Pedro Vidal, diretor de Comercialização.
Esse mapeamento, diz ele, é feito no sentido de identificar quando o preço está competitivo, em baixa, para que possam comprar de outros geradores para atender a outras operações estruturadas e aos grandes consumidores.
E por falar em preços a Light Com destaca que o descolamento entre submercados é um fator a ser olhado. Contudo, o executivo comenta não tem sofrido com o risco de submercado nesses últimos dois meses. Desde fevereiro, o CMO do Sudeste/Centro-Oeste e Sul descolou do Norte e Nordeste, mas como 95% dos clientes da companhia estão no Sudeste o risco não foi registrado na companhia de forma expressiva. Já a volatilidade deverá ser um fator de risco diante dos novos parâmetros do CVaR. Então, a todo momento deve ser analisado o volume de chuvas que é o principal parâmetro para a variação dos valores. Mas ele acredita para no segundo semestre os valores poderão se aproximar dos R$ 400 por MWh.
“O que a gente vem indicando para os nossos clientes é tentar antecipar a compra, para se prevenir um pouco dessa volatilidade, evitar ficar descontratado, porque realmente com esses novos parâmetros do CVaR, o modelo está realmente mais avesso a risco”, analisa.
Perfil
Nessa ‘nova fase’, a Light Com afirma estar de olho em todos os tipos de clientes. A estratégia acaba sendo diferente para cada segmentação para que consigam oferecer produtos estruturados e customizados.
“Para crescer e chegar em 3 mil consumidores e ser a quinta maior do Brasil, a gente precisa conseguir chegar em todo mundo. Então esse é o nosso principal desafio”, diz Gabriela.
Um caso citado pelos executivos de atendimento a novos grandes consumidores é data centers que estão se instalando no país. Além disso, figuram na lista ainda clientes do segmento de futebol como a SAF do Botafogo (RJ) e outros que deverão ser anunciados em breve, diz a executiva da Light Com.
“Nossos consumidores estão 95% no Sudeste, mas para crescermos vamos chegar a todo país, mas atuaremos passo a passo”, Pedro Vidal, da Light Com
O balanço mais recente da Light combina as operações de geração e de comercialização de energia. Os segmentos apresentaram receita líquida combinada de R$621 milhões no quatro trimestre de 2024, alta de 137% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem líquida, no entanto, totalizou R$213 milhões no trimestre no período, com queda de 3,8%.
O volume comercializado pelo grupo atingiu 1.224 MWmed nos últimos três meses de 2024, um aumento de 137,2% em relação a 2023.
Já no acumulado de 2024, o volume médio comercializado foi de 765 MWmed, representando um crescimento de 46,1% em comparação a 2023. A Light destacou que apesar do aumento no volume comercializado, o término da vigência de contratos relevantes com consumidores e agentes de mercado resultou na venda dessa energia a um preço médio inferior ao dos contratos anteriores.
As operações da Light Energia e Light Comercializadora combinadas registraram lucro de R$ 43 milhões no trimestre e de R$140 milhões no ano acumulado do ano, apresentando um recuo nas respectivas comparações anuais. A empresa explicou no release de resultados que esse desempenho decorreu de pressões, principalmente, pelos impactos da desvalorização cambial.
Sobre o ano passado, a Light destaca que sua comercializadora passou por uma reestruturação interna. Afirmou que os investimentos mostraram resultados, levando à duplicação do número de clientes e expansão de sua presença no mercado de energia brasileiro.