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O governo do Ceará está debatendo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e o Ministério de Minas e Energia uma solução urgente para que os projetos mais avançados de hidrogênio e data centers tenham garantia de acesso ao fornecimento de energia para suas execuções. Segundo o governador do estado, Elmano de Freitas, são R$ 102 bilhões em investimentos planificados na região, sendo R$ 2 bilhões para um grande data center de 1 GW e R$ 100 bilhões entre três usinas de H2, das empresas Fortescue, Total Eren e a Voltalia. E que tiveram o pedido de conexão negados pelo ONS recentemente.

“Estamos discutindo uma modelagem e possibilidades de como resolver o problema de forma imediata e em paralelo com outro processo que seria o trâmite normal, de estudo, planejamento e leilão, para chegar em 10 GW entre seis projetos, resolvendo 5 GW de maneira imediata, até 2028, e o resto até 2032”, pontuou Freitas durante entrevista coletiva no evento Fórum de Líderes em Energia, que acontece nessa quinta-feira, 10 de abril, no Rio de Janeiro.

Ele destacou que nesse momento o Operador está empreendendo um estudo refinado para saber exatamente qual é a disponibilidade de energia elétrica que pode ser oferecida no Porto do Pecém, o que ele acredita não ser suficiente para os três primeiros projetos de H2. Mais do que isso, revelou que está discutindo com o governo federal e o setor privado para o próprio estado construir uma linha de transmissão para ajudar na questão.

“Pela primeira vez na história do Ceará temos pedidos na ordem de 7 GW, o que antes era de 200 MW, 300 MW”, refere, afirmando ser o momento de tomar decisões para garantir investimentos e desenvolvimento econômico. Inclusive apontou a possibilidade de criação de 80 mil empregos na cadeia do vetor energético e mais 20 mil na construção dos centros de processamento de dados.

Governo do Ceará quer garantir acesso à energia para transformar Porto do Pecém no maior hub de hidrogênio renovável do Brasil (Governo Ceará)

Apesar de entender a complexidade e decisões a serem tomadas no contexto do setor elétrico, Freitas roga uma maior celeridade nos estudos de planejamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e na concepção de novos leilões de transmissão para acomodar as novas cargas e garantir os aportes nas novas tecnologias, ressaltando que apenas para fazer a terraplanagem das usinas de H2 é preciso cerca de R$ 600 milhões.

Para ele, o que consta de regulamentação no plano nacional de hidrogênio é suficiente em termos dos subsídios aprovados em uma previsão legal, além do tratamento diferenciado na reforma tributária. E que conseguindo resolver o problema do fornecimento de energia, a parte de uso hídrico conta com um projeto avançado de reuso de água de esgoto para enviar pelo porto para produção do vetor energético e resfriamento dos futuros data centers.

O Ceará, que ainda não tem nenhum projeto com decisão final de investimento, é o líder no Brasil em memorando de entendimento assinados para o hidrogênio renovável, contabilizando atualmente 43. Entre pré-contratos são sete, além dos três mais avançados, mencionados no começo deste texto.

Outros aportes

Elmano também comentou que o estado está aplicando aproximadamente R$ 670 milhões em modernizações em Pecém para o H2, assim como na construção de uma ferrovia de R$ 15 bilhões que poderá escoar a produção de amônia e outros fertilizantes verdes. Outros destaques são os cabos de fibra ótica, que chegam ao Brasil majoritariamente por Fortaleza, o que trará uma capacidade de digitalização significativa para a região. Além dos investimentos em capacitação e mão de obra. “Levamos o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) para o Ceará para o curso de engenharia em energias renováveis e tecnologia da informação, com previsão de formar mais de 111 mil jovens até 2027”, conclui o governador.

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