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Preocupado com a não realização do Leilão de Reserva de Capacidade na forma de potência (LRCAP) enquanto o tempo vai encurtando, o diretor de planejamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Alexandre Zucarato, disse nessa sexta-feira, 11 de abril, que o órgão concluiu basicamente os cálculos da margem de escoamento para realização da competição. E que caso o mesmo não tenha muitas premissas alteradas, poderá aproveitar o trabalho que envolve a análise de todos os barramentos da rede elétrica em questão para dar maior celeridade ao processo de consulta pública e realização do certame.

“O que tira meu sono é o LRCAP e um desenquadramento de ponta muito significativo no futuro. Hoje sobra energia e falta potência e isso aumenta consideravelmente há cada ano”, afirmou o executivo em entrevista a jornalistas após sua participação no primeiro painel do Fórum Brasileiro Líderes em Energia, no Rio de Janeiro. Ele prevê que todo ano seja feito um leilão para 3 GW e que a estratégia agora do ONS é encurtar o prazo de 85 dias para aproveitar ao máximo todo o cálculo de margem que foi feito, trabalhando com a ideia de reduzir esse tempo da definição do cálculo para um mês.

Zucarato explicou que todos os certames são precedidos pela análise de uma competição entre as cargas cadastradas em determinado ponto do sistema, para definição de quais passam para a etapa de preços. “Em vez de discutir o parecer de acesso depois de vender no leilão, vai ser o contrário. Primeiro se garante que tem margem e depois se faz o leilão por preço”, comenta.

Questionado sobre a possibilidade de volta de déficit de potência em caso de não execução do certame, o diretor salientou que tal questão não foi identificada no trabalho de acompanhamento conjuntural de seis meses à frente empreendido pelo órgão. Mas que, pegando como exemplo o resultado do período passado, já se percebe pelos critérios estruturais de que há uma violação desse ponto já em 2025.

“Só que o critério estrutural pega a cauda do problema. Tem ainda todo o resto da distribuição que é conjuntural”, aponta o executivo, ponderando que, se na interpretação conjuntural o setor elétrico conviver com um período chuvoso no Norte que não atrase como no passado, quando as usinas do Rio Madeira ficaram desligadas durante vários dias e Belo Monte demorou um tempo para chegar a uma certa potência, isso é um fator crítico das condições de atendimento. E intrinsecamente conjuntural.

E que caso haja uma situação crítica terão que ser utilizado os mesmos playbooks empreendidos na transição do terceiro para o quarto quadrimestre na crise hídrica de 2021, que tinha uma preocupação com o atendimento de ponta. “O Norte está muito bom (hidrologia), mas infelizmente não se tem capacidade no mundo para uma previsão assertiva de chuva com seis ou oito meses na frente. O que fazemos é estudar cenários e usar um arsenal de recursos em caso de uma conjuntura desfavorável como no passado”, indica Zucarato.

Ponto de atenção no Sul

Sobre a avaliação do começo da temporada seca, o dirigente sublinha a subjetividade do tema e aponta que o período úmido terminou de forma precoce na comparação com 2024 ou dois anos anterior, mas que está numa situação muito melhor do que em 2021. “A situação do ponto de vista energética está sob controle. O único ponto de atenção é com o Sul, atualmente com os reservatórios diminuindo, vai se comportar nos próximos dois meses”, ressalta.

Em 2020, a região viveu uma situação crítica, tendo que operar com uma geração hidráulica muito pequena e com o submercado ficando “pendurado” e exercendo certa pressão na interligação com o Sudeste. Situação que faz aumentar a defluência dos rios e do deplecionamento, esvaziando mais rápido os reservatórios. “Esse é o ponto de preocupação, já que da mesma forma que o Sul afunda bastante, em poucos dias se encaixar uma sequência diferente pode encher muito rápido também”, complementa Alexandre Zucarato.

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