Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

O aumento massivo da geração solar em Minas Gerais, em especial no Norte do estado, está fazendo os níveis de curtailment aumentarem consideravelmente na região, ultrapassando inclusive o Nordeste. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) solicitados pelo CanalEnergia, os cortes de geração na região para equilíbrio do sistema elétrico atingiram 21,2% ou 427 MWmed, considerando o período do começo do ano até 13 de abril.

Com a entrada da produção fotovoltaica massiva, que passou de 3,6 GW em janeiro de 2024 para mais de 7 GW no começo desse ano (4x a mais do que o Nordeste), as restrições também cresceram em representatividade, com o Operador precisando controlar a nova inequação.

O diretor de Planejamento do ONS, Alexandre Zucarato, explicou que a dinâmica dos cortes onde são mais necessários é dinâmica e sazonal. Quando se tem mais geração hidráulica no começo de ano, a exportação do Nordeste compete com as usinas hídricas do Norte do país, enquanto a geração solar sofre maior impacto no período de verão do que na safra dos ventos nessa região.

Complexo fotovoltaico Janaúba, no Norte de Minas Gerais, é considerado o maior parque de geração solar do Brasil (Elera Renováveis)

“Sabemos as consequências de que, se em tempo real o corte fica muito localizado, não só no local, isso pode levar a um ponto de operação que não foi explorado no ambiente do planejamento”, disse o executivo ao CanalEnergia. Ele afirmou que a chamada clusterização permite a redução dessa geração de forma mais distribuída na região elétrica, não “entortando” o ponto de operação. Assim se evita que “o tempo real tem que fazer corte de segunda e terceira derivada em função da primeira”.

Zucarato também ressaltou que com o aumento da geração concentrada, sobretudo na região das subestações mineiras de Janaúba e Jaíba, os problemas já conhecidos do Rio Grande do Norte, como a queda de uma ocorrência ou outra que leva a um colapso de tensão, esses fenômenos começaram a serem observados também no Norte de Minas quando é posto em análise o aumento da geração que chegou primeiro que a malha de transmissão.

Questionado sobre o uso dos Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), numa estratégia lançada na semana passada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico para aumentar o escoamento de energia do Nordeste, Zucarato ponderou que essa solução nesse caso reportado acima é muito limitada. Quando é um problema de frequência, a inércia do sistema confere um tempo, visto que um computador precisa identificar, fazer uma conta e comunicar outro computador.

Assim, só a latência de processamento e comunicação já é suficiente para não obter êxito com o SEP atuando dentro da janela de 100 milissegundos, como do próprio fenômeno de colapso de tensão. “A gente não está falando de segundos. São dezenas de milissegundos que se confundem com o tempo de latência que você tem de processamento e comunicação”, reforça o dirigente do ONS.

PSR: Curtailment em 2025 deve ser parecido com ano passado

Silveira promete resolver curtailment nos próximos dias, diz ABEEólica

Atualização de dados das usinas avança lentamente em meio a desafios