Pela primeira vez, o consumo no mercado livre de energia elétrica no Brasil ultrapassou os 30.000 MW médios, alcançando 32.165 MW médios em fevereiro de 2025, um crescimento de 15% no acumulado de 12 meses. No mesmo período, o consumo total de energia elétrica no país subiu 6%. Os dados são da Abraceel.

O estudo mostra que 93% do consumo industrial  e 43% do comercial estão no mercado livre. Os maiores aumentos em 12 meses foram 54% em saneamento e 32% em serviços.

Segundo a associação, o aumento ocorre em um contexto de crescimento da atividade no mercado livre de energia, que ganhou 27.905 novas unidades consumidoras, um crescimento de 67% em 12 meses. Agora, há 69.861 unidades consumidoras no mercado livre de energia.

Abertura do mercado

A perspectiva para o futuro mostra que a tendência é de continuidade desse crescimento. O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou uma proposta de projeto de lei que prevê a abertura total do mercado de energia elétrica no Brasil, chegando à baixa tensão. Atualmente, menos de 1% da população pode acessar esse ambiente de contratação livre.

A medida, considerada positiva pela Abraceel, tem como objetivo ampliar a concorrência e garantir igualdade de acesso ao mercado livre, gerando economia potencial de até 30% na conta de luz.

Um estudo da Abraceel aponta que a liberalização pode beneficiar cerca de 150 milhões de brasileiros, especialmente da classe média, pequenos negócios e produtores rurais, com impacto estimado de R$ 35,8 bilhões em economia por ano. A proposta também visa corrigir desigualdades históricas do setor elétrico.

A proposta revelada na semana passada prevê abertura em duas etapas: a partir de março de 2027 para consumidores industriais e comerciais, e em março de 2028 para os demais. Além de promover redução de custos, a medida pode impulsionar a geração de empregos, melhorar a competitividade das empresas e contribuir para conter a inflação, já que a energia elétrica é um dos principais componentes do índice de preços ao consumidor.

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