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O Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) lançou mais uma edição do monitoramento de descarbonização na matriz de combustíveis leves. O objetivo é acompanhar, trimestralmente, a dinâmica de consumo de combustíveis no Brasil, com atenção especial à análise e compreensão dos efeitos da bioenergia na redução das emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE). Entre os resultados para o ano de 2024, o destaque ficou com a conclusão de que a bioenergia evitou a emissão de 64,4 milhões de toneladas de CO2 no ano passado, considerando frota leve e pesada.
Além disso, o monitoramento apontou que essas emissões de GEE na matriz de combustíveis leves totalizaram 111,1 milhões de toneladas de CO2eq em 2024, contabilizando retração de 0,7% na comparação com a quantidade emitida em igual período de 2023 (111,7 milhões de toneladas de carbono equivalente). Essa menor emissão de GEE é explicada pela ampliação na participação do etanol hidratado, alta de 33%, que mais do compensou o aumento de 3,6% do consumo total energético de combustíveis leves no país.
A participação do etanol no mercado de combustíveis leves apresentou aumento significativo em 2024, chegando a atingir 41,1% de todo consumo energético da frota do ciclo Otto no ano, revertendo tendência observada desde o início de 2023. Esse crescimento esteve associado, por um lado, a maior competitividade do biocombustível em grande parte do território nacional e, por outro, à ampliação da oferta interna de etanol.
Já a intensidade média da matriz de combustíveis leves alcançou 62,6 gCO2eq/MJ em 2024, registrando melhora de 4,2% na comparação com o índice registrado em igual período do ano anterior (65,3 gCO2eq/MJ). Esse indicador avalia as emissões de gases de efeito estufa (GEE) originadas da queima de uma unidade de energia (megajoule) pelos veículos leves no Brasil. Em 2024, os estados com maior participação da bioenergia e, consequentemente, menores emissões de GEE por megajoule de energia consumida por veículos leves foram: Mato Grosso (48,2 gCO2eq/MJ), Goiás (53,6 gCO2eq/MJ) e São Paulo (53,9 gCO2eq/MJ).
As emissões evitadas pela presença da bioenergia na matriz de combustíveis leves totalizaram 44 milhões de toneladas de CO2eq. em 2024. Para se ter o mesmo resultado, seria necessário o plantio de 107,2 mil hectares de floresta tropical. Na frota pesada, o ganho de eficiência energético-ambiental e a ampliação da mistura de biodiesel garantiram redução de 1,8% na intensidade de carbono da no ciclo diesel em 2024 (77,9 gCO2eq/MJ). As emissões evitadas pela presença do biodiesel na matriz de transporte pesado atingiram 20,4 milhões de toneladas de CO2eq. em 2024, registrando expressivo ganho de 22,6% na comparação com os valores registrados em 2023.