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A operadora portuguesa Rede Elétrica Nacional e a espanhola Red Elétrica estão conseguindo retornar com o fornecimento de energia após o apagão que afetou os dois países desde o início da tarde desta segunda-feira, 28 de abril.
Na Espanha, às 23h no horário local, a REE conseguiu recuperar a demanda em cerca de 12.847 MW, aproximadamente 51% da demanda projetada. Já estão energizados 70% das subestações da rede de transmissão. A energia é oriunda da própria Espanha e da interligação com a França. De acordo com a operadora, o fornecimento está sendo progressivamente restabelecido em todas as áreas elétricas do território.
Segundo informações da RTVE, o diretor de Serviços de Operação da Rede Elétrica, Eduardo Prieto, atribuiu o colapso na Península Ibérica à desconexão da França do sistema de interconexão europeu. Após reunião do Conselho de Segurança Nacional, o líder do governo Pedro Sánchez reconheceu não haver certeza de quando a energia será restabelecida em todo o país e garante que a restauração está sendo realizada ” de forma progressiva e prudente”.
Pouco acostumados com interrupções no fornecimento de energia, o apagão levou um caos ao país, com desencontros de informação. Na região de Málaga, metrô, trens e semáforos foram afetados durante todo o dia, assim como a internet. A energia só começou a ser normalizada cerca de oito horas depois, assim como na região das Astúrias. Mas cedo, consumidores chegaram a relatar em redes sociais que a energia estaria voltando nessas regiões, o que só se concretizou de fato horas depois. Em Lisboa, voos foram cancelados e hospitais ativaram planos de contingência.
Em Portugal, a REN informou que já conseguiu repor o abastecimento de energia nas Subestações do Carregado e Sacavém, etapa considerada crucial para reabastecer a capital Lisboa. Ainda segundo a REN, todas as SEs do Grande Porto já estão operacionais e os consumidores da região deverão ter a situação normalizada em breve. Neste momento, já há 750 mil consumidores ligados à rede.
De acordo com o operador, o apagão veio de uma significativa oscilação de tensões na rede espanhola num momento em que Portugal importava energia. Com isso, os sistemas de controle e proteção portugueses desligaram.
Em um primeiro momento, Portugal recorreu à capacidade de arranque em black start (colocação em funcionamento de usinas de forma autônoma a partir de ausência total de energia) e pôs em operação a UTE Tapada do Outeiro (990 MW), o que permitiu repor a energia no Grande Porto. A expectativa é que com a reenergização na UHE Central de Castelo de Bode (159 MW) e já com o apoio de alguma ligação com Espanha, o fornecimento no Sul deve ser restabelecido no médio prazo.
A EDP, que faz a distribuição de energia no país, não deu previsão para a normalização do fornecimento. A distribuidora está colaborando com as entidades oficiais no sentido de que a reposição de energia ocorra da forma mais rápida possível.