O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchi, disse nesta terça-feira, 30 de setembro, que o órgão não registrou aumento significativo de ocorrências no SIN por conta dos incêndios na região Centro-Oeste. Ele relata que estamos no pior momento do ano quando o assunto são os incêndios, mas que as perturbações com desligamentos de linhas estão em um nível de normalidade para o período do ano.
“Todos os anos nós temos preocupação. Nessa época é que temos maior incidência de incêndios por questão de tempo seco, aumento de ventos e a ação humana que acaba resultando na propagação do fogo”, disse ele em entrevista após participar da edição 2020 do Enase, evento promovido pelo Grupo CanalEnergia-Informa Markets.
O executivo contou que apesar dos incêndios reportados o número de ocorrências no sistema interligado não foi alterado significativamente ante o histórico que a instituição registra. “Está em uma normalidade ruim”, definiu. “Infelizmente é normal termos essas ocorrências, está dentro do normal, mas há mecanismos para minimizar os efeitos”, acrescentou.
Ciocchi disse que entre as formas de atuação o ONS vem sempre atuando na conscientização e na prevenção para evitar os desligamentos. Esse trabalho é feito em conjunto com a Aneel e por meio de orientação da população em relação aos cuidados relativos a essa atividade.
O diretor geral do ONS lembrou que estamos no final do período seco e que a situação em termos de armazenamento no SIN está mais favorável do que o verificado no ano passado. Contudo, disse que isso não signfica necessariamente que a situação é boa. Ele reafirmou o que
disse esta semana em entrevista à
Agência CanalEnergia de que no geral a situação é melhor do que em 2019.
Um dos fatores que deixaram o operador mais otimista é a recente negociação da AES Tietê Energia, que vendeu a UTE Uruguaiana a uma empresa da Argentina. A térmica daquele porte é importante para o país e nos próximos dias o ONS deverá se reunir com a nova proprietária. o diretor disse que a usina teria muito a contribuir com o sistema.
Aliás, Ciocchi ainda comentou que o sistema não apresenta necessidade de contratar potência até 2025. O principal fator nesse momento para o SIN, continuou ele, é de atribuir flexibilidade ao sistema elétrico nacional para administrar as variações de demanda, ainda mais com o aumento da capacidade de geração eólica e solar.
Apesar de não ver a necessidade de contratar essa potência no horizonte até 2025, Ciocchi lembrou que esse e o cenário atual e que no setor elétrico essa perspectiva pode mudar de forma rápida. Por isso, requer um constante monitoramento, ainda mais que a demanda vem apresentando sinais de recuperação intensa nas últimas semanas, com o fim do isolamento social e o aumento da temperatura em todo o país.