Lefosse Advogados amplia atuação e chega em energia

O atendimento ao mercado de energia elétrica é um dos novos nichos que o escritório Lefosse Advogados trouxe para dentro de sua estrutura. Foram dois anos desde que a decisão foi tomada até a efetiva atuação nesse segmento. E a estreia veio no final do ano passado. Em pouco mais de um mês duas operações foram anunciadas na última semana. A primeira refere-se do acordo entre a AES Brasil e Ferbasa e a segunda a entrada da New Fortress Energy no Brasil.

Com esse ‘cartão de visitas’ ao mercado, o escritório quer se fortalecer nesse segmento. Para isso, há uma área de infraestrutura com divisões de Project Finance, Regulatório e Assessoria para Fusões e Aquisições. Para essa segunda área o escritório foi atrás do time que atuava no Demarest. Entre eles, o sócio dessa área, Raphael Gomes e sua equipe.

Gomes conta que o Lefosse tem um nome relacionado tradicionalmente ao mercado de capitais, inclusive com muitos processos de IPOs passando por este escritório que conta com cerca de 300 advogados. Agora, com a equipe de infraestrutura quer reforçar suas ações em energia.

Até porque, diz o novo sócio do Lefosse, há a tendência de aproximação cada vez maior entre o mercado financeiro e o de energia. Outro caminho é a necessidade das empresas do setor elétrico de buscar cada vez mais financiamento de projetos para o mercado livre junto ao mercado financeiro e de capitais. Seja essa demanda para a autoprodução, geração distribuída ou emissão de debêntures para infraestrutura e captar recursos junto a investidores em geral.

“A área de infraestrutura está bem desenhada com todos os braços e por serem fortes no mercado de capitais isso torna interessante para as empresas um escritório que tem como clientes o mercado financeiro em uma relação de longo prazo”, afirma Gomes em entrevista à Agência CanalEnergia.

Além disso, lembra, outro pilar para o Lefosse está na atuação do mercado financeiro não como trader, mas investidor em projetos, sejam eles de qualquer natureza. Essa perspectiva vem na esteira da busca dos investidores por ativos com rentabilidade mais elevada quando comparada àquela proporcionada pelo nível da taxa de juros no Brasil que está em seu patamar mais baixo da história.

“Investir em geração e transmissão traz a possibilidade de recebíveis muito interessante, por isso é interessante estar perto dos bancos”, acrescenta.

Com pouco mais de um mês na nova casa, Gomes comenta que a atuação do time regulatório em energia terá como meta aprofundar a participação do escritório na estruturação de projetos de longo prazo. Ainda cita a consultoria regulatória do dia a dia, analisar operações complexas e emissão de pareceres para investidores estrangeiros, uma gama de potenciais clientes – pois considera-se que os ativos no Brasil estão baratos – que possuem realidades distintas em seus países de origem. Litígios também está no escopo, mas como Gomes diz, é uma ação mais periférica, pois acredita que o caminho para resolução de casos está na negociação.

Para este ano, ele vê um potencial grande de negócios envolvendo as fontes incentivadas justamente pela perspectiva que foi aberta pela MP 998 de encerramento dos benefícios de desconto na transmissão. Por isso, acredita que investidores deverão acelerar a entrada de seus projetos e obter o benefício conforme o texto da medida editada no ano passado.

Ainda nesse sentido, há também as empresas que buscam projetos a partir de fontes renováveis por conta de políticas corporativas que impõem metas de redução ou neutralização de emissões de carbono em nome da sustentabilidade.

Gomes comenta que a equipe que lidera hoje cresceu, são nove pessoas dedicadas à questão regulatória. E que essa estrutura atua ao lado das demais áreas para a infraestrutura no Lefosse. Fazem parte da divisão a área tributária, M&A entre outros. No total são sete as diferentes frentes de atuação para esse novo mercado do escritório.