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Pensando em avançar ao máximo com seus projetos de geração distribuída enquanto a regulação brasileira com subsídios à modalidade ainda não é alterada, a GreenYellow, multinacional de origem francesa que atua há seis anos no Brasil, anunciou que pretende investir até R$ 270 milhões nesse ano na construção de plantas fotovoltaicas e mais R$ 80 milhões em projetos de eficiência energética, a maioria ligados a retrofit de iluminação ou refrigeração.

Em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia, o diretor-presidente da GY no Brasil, Pierre-Yves Mourgue, disse que o aporte é cerca de 75% do que estava planejado antes da pandemia, que acabou atrasando algumas obras e dificultando o cumprimento dos prazos com fornecedores, tornando o processo mais “moroso” com os clientes, em grande parte decorrente da espera para conexão dos novos ativos com a rede das concessionárias de energia locais.

“Ano passado tivemos que aguardar muito tempo para poder conectar as UFVs e perdemos de seis a oito meses de faturamento, pois a partir de abril ninguém respondia nas distribuidoras. Tudo ficou parado até dezembro”, lembra o executivo, mas salientando que a capacidade para investimentos não foi alterada. “No momento que temos bons projetos, vamos fazer”, assegura.

A empresa entregou mais de 50 MWp até final do ano passado, incluindo telhados solares e fazendas fotovoltaicas. São 19 usinas ao todo e mais de 1400 contratos, com a previsão de início de construção ou conexão de mais 27 empreendimentos esse ano, agregando cerca de 70 MWp em capacidade instalada.

“Hoje não tenho certeza, mas imagino que ao final do primeiro semestre a Aneel publique novas regras para a GD e tudo que está construindo ou fechado vai valer na regulação atual. Estamos trabalhando muito nessa onda, aproveitando até que essa janela se feche um dia”, comenta Pierre.

UFV em Itaperuna (RJ): GY pretende construir ou conectar 27 usinas nesse ano e chegar a 120 MWp instalados (Divulgação)

O mais recente acordo firmado é uma parceria com o Grupo Fleury, fruto de um processo de licitação para atendimento energético de vários laboratórios no Rio de Janeiro e São Paulo, migrando da baixa tensão para a GD através de uma planta de 4,5 MWp a ser construída em Paty do Alferes (RJ) e com conexão prevista para o segundo semestre do ano, apesar ainda dos efeitos das medidas de distanciamento social. “O tempo tem sido um pouco caótico”, relata.

Esse tipo de contrato, com o preço total para o cliente, prevê uma percentagem de desconto frente a tarifa, revisada ainda pelo IPCA, mais uma previsibilidade para os próximos anos. Além da Fleury, iniciativas como essa também acontecem com a Claro, Telefônica, Oi Telecom, Extra Supermercado, Rede Pão de Açúcar, Via Varejo, Leroy Merlin e Magazine Luiza, que recebem energia de UFVs no Paraná, interior de São Paulo, entre outras localidades.

Longo prazo – Já a parceria com a chinesa CGN, anunciada no final do ano passado, é bem diferente, sendo o primeiro contrato de venda de energia a longo prazo (PPA) que a multinacional fecha no Brasil, nesse caso para atender a 34 supermercados da Rede Assaí localizados na região Nordeste, por meio da expansão de parques eólicos no Piauí, com a empresa fazendo o “plug” entre os dois agentes, o que permitiu à CGN buscar um novo mercado.

“Eles (Rede Assaí) queriam assinar contratos de curto prazo e ficar sob efeito das flutuações do mercado, então montamos uma comercializadora varejista, em que ficamos responsável pelo suprimento por 15 anos”, pontua o presidente, ressaltando ser mais uma ferramenta para conectar a longo prazo a necessidade de energia dos clientes.

Sobre novos projetos desse tipo, Mourgue sinaliza não haver nenhum ainda na carteira da GY, mas ressalta o movimento em todo mundo de cada vez mais se assinar PPAs corporativos, modalidade de autoprodução, arrendamento, entre outras, com o preço da fonte solar caindo. “Será cada vez mais viável e com certeza vamos pensar nesse caminho”, avalia.

 

Maioria dos aportes em eficiência energética é para retrofit de iluminação e refrigeração (Divulgação)

Eficiência –  O DNA da GreenYellow é solar desde sua criação, mas outra frente começou a tomar forma na companhia em 2014, a parte de eficiência energética, com a vantagem das obras serem mais rápidas e com menos custos unitários.

Segundo o executivo, são mais de 1.200 contratos de plataforma energéticas. “Assumimos a gestão e o risco, empreendendo medidas de iluminação, refrigeração, desde a sala de máquinas, galpões logísticos, granjas, até o balcão de um supermercado, além da automação e religação de ar condicionado”, finaliza.