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A EDP Brasil iniciou um processo conhecido no mercado como reciclagem de capital, onde poderá vender ou comprar ativos de transmissão que estão em construção ou prontos. A empresa quer aproveitar oportunidades tanto em novos leilões quanto no mercado secundário que apresentem condições consideradas favoráveis pela companhia. Os valores resultantes da vendas poderão ser aplicados em qualquer um dos segmentos em que atua.
O primeiro movimento nesse sentido, disse Miguel Setas, CEO que deixou a empresa na última sexta-feira, 19 de fevereiro, foi a aquisição do Lote 18, localizado no Maranhão, referente à Mata Grande Transmissora de Energia, do grupo IG.
“Não levamos nenhum lote no último leilão, mas continuamos olhando com atenção o mercado secundário e analisando o primário, formado pelos leilões”, comentou Setas. “Agora com a novidade de ter na nossa estratégia considerar também a rotação de ativos. Construir e vender o ativo e reinvestir o valor das vendas que nos leva a uma condição melhor para participar”, revelou ele.
Ele afirmou que esse processo seguirá o rito normal de uma transação dessa natureza que passa pela avaliação de mercado e se há interessados em comprar os ativos que estejam à venda, entre outros marcos. Essa decisão, continuou ele, está tomada e o foco de reinvestimentos está nos segmentos de geração, transmissão e geração distribuída, sendo prioridade a fonte solar.
Obras
A empresa, continuou Setas, ficaram paradas por dois meses em decorrência da pandemia de covid-19 no ano passado. Esse foi um dos motivos que levou a empresa a ver seu volume de investimentos ficar abaixo do que havia estimado. Outro efeito é que a EDP adotou uma postura mais conservadora em relação ao prazo de conclusão dos projetos.
O agora ex-CEO indicou que a empresa sempre vai a leilão com uma perspectiva de antecipação de obras. Após sair vencedora trabalha com um prazo menor ainda. “É a antecipação da antecipação com a qual vamos à disputa”, definiu. Agora, a companhia voltou a trabalhar apenas com o primeiro horizonte de tempo para a entrega, ainda assim, que deverá ocorrer antes do prazo acertado nos contratos de concessão firmados com a Aneel.
“A antecipação que fomos ao leilão é de um ano, estamos muito tranquilos ainda com os prazos de obras de transmissão”, disse Setas.
Em 2020, a EDP concluiu as obras do seu Lote 11 de linhas de transmissão de energia, localizado no estado do Maranhão e 203 quilômetros de extensão. Com isso, antecipou em 12 meses o início da operação do empreendimento. O primeiro trecho, a LT SE Coelho Neto/SE Chapadinha II, já estava em operação comercial desde janeiro, com 19 meses de antecedência ao contrato.
A EDP Brasil tem a concessão de sete lotes, já contando a aquisição do Lote 18, totalizando assim 1.554 quilômetros de linhas de transmissão em seu portfólio. Já investiu R$ 3,3 bilhões nesse segmento desde 2016, representando 80% de execução do capex total. Serão R$ 4,1 bilhões até o final de 2021 para a construção de mais de 1,5 mil quilômetros de linhas e de seis subestações nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo.