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A Stima Energia encerrou o ano de 2020 com lucro líquido de R$ 17,5 milhões. A receita operacional da empresa foi de R$ 780 milhões no período, uma queda em relação aos R$ 849 milhões do ano anterior. No entanto, o volume médio de energia negociado mensalmente cresceu de 471 MW para 558 MW e a margem ebitda apresentou uma melhora, alcançando 3,20%, contra 3,16% de 2019.

De acordo com um dos sócios da comercializadora, Rodrigo Violaro, a redução da receita deve-se ao nível de PLD mais baixo em 2020 quando comparado com o ano anterior. Esse fato foi acrescido ainda dos desafios que a pandemia de covid-19 impôs ao mercado de energia com a queda abrupta do consumo no segundo trimestre de 2020.

Violaro citou que o valor médio do PLD, segundo dados da CCEE, foi de R$ 177/MWh em 2020, enquanto em 2019 esse valor era de R$ 227/MWh.

“O ano de 2020 foi desafiador para todos os atores do setor elétrico, com mudanças no perfil do consumo e algumas disputas jurídicas em contratos fechados no ACR. Mesmo assim, a Stima conseguiu crescer em 18% o volume médio de energia negociado mensalmente e só não aumentou o seu faturamento devido aos níveis baixos de preço em um ano marcado por relativamente boa hidrologia e queda na carga do sistema elétrico nacional devido a pandemia”, explicou o executivo.

Nas disputas referentes à queda de mercado a Stima buscou reverter uma manobra que distribuidoras fizeram em 2020 para buscar reduzir sua exposição ao mercado de curto prazo. Usaram uma previsão legal para declarar migração ao mercado livre de cargas do ACR e assim reduzir os seus contratos. Acontece que essa declaração alcançou migrações de dois anos atrás e os contratos reduzidos foram de um ano atrás. Mais detalhes desse assunto você confere nessa matéria aqui, publicada em abril de 2020.

Violaro destacou ainda que, mesmo com os efeitos da pandemia, o segmento conseguiu mostrar resiliência ao evitar problemas como aqueles que foram verificados no início de 2019, quando duas comercializadoras não honraram compromissos e deram calote por conta da volatilidade do PLD. “Esse ano não tivemos problemas como aquele, o que mostra que as casas tomaram as ações necessárias para a análise de crédito mais consciente”, comentou.

Violaro lembrou que a Stima tem uma política de risco austera e atua de forma conservadora. Tanto que o resultado do ano passado possibilitou um crescimento no patrimônio líquido da companhia, que passou de R$ 40,7 milhões para R$ 47,5 milhões, por aplicar 50% dos resultados na empresa. Nos últimos quatro anos o patrimônio aumentou em mais de 350%, calcula a Stima. Ainda em 2020, a empresa também aumentou sua participação societária no Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE).

A Stima lembra que o início da negociação dos contratos de derivativos neste ano no BBCE é um caminho interessante e de liquidação mais simples que pode ajudar bastante. Até porque a empresa é mais focada no trade de energia sem relação com a gestão de clientes como outras comercializadoras que acabaram tendo que renegociar contratos ao longo do ano passado. Os negócios foram mais com contrapartes.

E nesse sentido, de não precisar negociar diretamente a energia física na CCEE, os derivativos são uma boa alternativa. Tanto que a Stima iniciou seus negócios com a Asset em março. E, além desses contratos, investe como previsto desde o início em títulos públicos, por sua característica conservadora de atuação.

Para este ano, o foco da companhia está em reforçar a equipe comercial. A empresa aumentou sua equipe em cerca de 50% em 2020 para reforçar a área de TI que é, segundo as palavras de Violaro, quase o core business da empresa atualmente, pois envolve big data e análise de dados para munir a mesa de operação com informações e assim garantir a sustentabilidade da empresa no longo prazo.