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A AES Brasil está otimista com o movimento de consumidores livres e autoprodutores por projetos de fontes renováveis neste ano. Um dos motivos é a perspectiva de final de incentivos na forma de TUSD e TUST que pode variar entre 50% a 100% da tarifa, outro ponto é a volatilidade da energia, e ainda, as pressões da agenda ESG bem como a busca por ser Net Zero em carbono até um determinado período de tempo.
Tanto é assim que a empresa continua a negociar com potenciais clientes para fechar novos contratos ainda este ano, seja em autoprodução, como feito com a BRF, acordo anunciado nesta terça-feira, 16 de agosto, seja em PPAs de longo prazo. Segundo o diretor de Relacionamento com o Cliente da empresa, Rogério Jorge, o mercado está com alta demanda e que é possível novas notícias nesse sentido, tanto da AES quanto de outras empresas.
“Estamos com volume de negociações elevado, nunca vi um patamar tão alto quanto temos neste ano. São grandes consumidores de energia que quando iniciam negociações é um movimento sério. Então deveremos ver no setor bastante iniciativas, não inclusive conosco”, comentou o executivo à Agência CanalEnergia.
Um dos motivos é a busca pela maior competitividade da energia. O cenário atual, conta ele, tem prazo para acabar e os investidores sabem disso, por isso a busca para obter uma parcela de energia competitiva. Segundo simulações feitas pela AES Brasil, o índice de redução pode variar em uma faixa de 10% a 20% de custos.
“Levando em conta um consumidor eletrointensivo que tem na energia cerca de 30% a 40% de sua matriz de custo, uma tarifa mais competitiva nessa faixa significa bastante, por isso a busca que temos visto para aproveitar os incentivos”, acrescentou.
Nesse sentido, o diretor destaca que a AES possui uma boa vantagem competitiva por ter um portfólio de projetos eólicos que possuem atributos que estão em alta. Jorge cita a questão da outorga, conexão e a disponibilidade de equipamentos. Lembrando que em decorrência da busca há demanda mais elevada do que a indústria pode atender no momento.
A AES Brasil firmou um acordo no início do ano com a Nordex Acciona para até 1,5 GW em aerogeradores.
Além disso, os projetos de Cajuína (RN) e Tucano (BA) possuem espaço para até 2 GW em capacidade adicional aos 700 MW já contratados com grandes consumidores. O executivo da geradora ressalta que os projetos estão dentro do limite colocado pela legislação para ter o direito ao desconto da TUST segundo a lei no. 14.120.
Segundo ele, a legislação acelerou o processo de busca de grandes consumidores por novos projetos. Inclusive, para diversificar a sua matriz diante da crise hídrica que tem afetado a tarifa de contratos. Ao lado da elevação dos custos das commodities, diz ele, a curva de preços da energia já tem seu valor influenciado pelos próximos 10 anos. E que por isso os grandes consumidores estão com seu radar em contratação de blocos de energia no longo prazo.