A primeira versão do Programa Mensal de Operação de novembro, divulgada nesta sexta-feira, 28 de outubro, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico mostra um cenário que não se via há mais de um ano. Todos os submercados apresentam o custo de operação zerado em todos os patamares de carga o que indica que o período úmido 2022/2023 começa com um viés otimista.
As afluências para o país estão em um nível próximo à média histórica no maior submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste. A previsão inicial é de que em novembro a energia natural afluente nessa que é a mais importante região em termos de armazenamento do país fique em 96% da média de longo termo. Esse é o mesmo índice esperado para o Sul. no Norte está o maior volume com 173% da MLT e no Nordeste o menor com 45%.
Outro dado que influenciou esse valor está no volume dos reservatórios que, segundo as previsões do ONS, param de recuar no SE/CO. O volume registrado nesta sexta-feira 28, é de 49,9% e deverá ficar nesse mesmo patamar ao final de novembro. Já no Sul inicia a curva de deplecionamento após o período de chuvas na região passando de 91,7% para 83,4%. No NE a queda é de pouco mais de 4 pontos porcentuais para 56,6% e no Norte é de 9,8 p.p chegando a 50,3% do total.
Ainda ontem, durante o primeiro dia da reunião mensal do PMO o ONS revelou que a perspectiva de carga para esse ano é de alta de 0,5% na comparação com o ano passado. Esse nível é 1,6 p.p. abaixo que se esperava à época da elaboração da 2ª Revisão Quadrimestral 2022 a 2026.
A geração térmica é prevista nesta semana em 5.438 MW médios. Há um despacho de 119 MW médios por restrição elétrica no SE/CO e os 5.319 MW médios estão enquadrados como inflexibilidade declarada pelas usinas. Não há despacho por ordem de mérito. A usina mais cara a gerar são usinas a gás contratadas no PCS, Viana I, Povoação I e LORM_PCS com custo de R$ 4.147,79/MWh, no SE/CO.
De acordo com o Informativo do PMO, com esse despacho térmico, indicado pelo modelo Decomp na etapa de programação semanal, o custo de operação esperado para a semana operativa atual é de R$ 210 milhões. Já nas demais semanas a média esperada é de R$ 163 milhões, mas pode sofrer alterações devido aos resultados do Dessem e às alterações nas condições de operação ao longo da semana.
Em termos de meteorologia, o ONS apontou que o La Niña deverá se manter ao longo dos próximos meses, confirmando o que a Climatempo disse durante o CanalEnergia Live da última quarta-feira, 26 de outubro. O mês começará mais seco e depois na segunda metade com mais chuvas. Esse é o terceiro ano de ocorrência do La Niña em sequência fato que aconteceu apenas três vezes nos últimos 70 anos. Contudo, a perspectiva é de que essa ocorrência seja de mais leve intensidade quando comparada às duas anteriores.